...já que estamos numa onda de poesia, deixo aqui um pequeno contributo de qualquer coisa que escrevi há uns anos (alguns)!
Não sei se na poesia também se aplica aquele conceito que, por exemplo na pintura, serve para designar a ingenuidade dos artistas não eroditos - NAÏVE!
Se isso existe na poesia, aqui vai um exemplar:
Fantoches sem braços e homens sem coração
deslizam por entre uma alternância monótona.
Exibem-se hábeis truques, ilusões.
Finta-se o que o destino reserva
num lugar onde os corpos não habitam
e onde as almas não se tocam.
Procuram-se melhores fortunas
num descontraído concílio de Deuses.
Aqui os corpos pertencem ao sonho,
a alma é pesada e repousa!
Aqui o existir esvai-se
por entre sorrisos ambíguos e diálogos de silêncio.
Pelas faces distraídas, iludidas
escorrem esguias lágrimas de emoção.
Corações que rangem, corações que sangram
transpirando o suor que lhes inunda a alma.
O crepúsculo esconde insultos inconscientes
que palpitam na saliva e nos lábios.
A exaltação passeia-se eternamente no olhar
A incerteza invade pensamentos de um futuro que é o hoje.
Só aqui, palacioso palco de fortunas ancestrais,
vivências passadas podem ser derramadas,
Teatro usurpado por figuras paradoxais.
É em ti que os proféticos sonhos acabam,
É em ti que todas estas coisas deixam de ser possíveis...
06.01.1999
um bocadinho non-sense....mas so_luar, tu conheceste o cenário que descrevo!
Aqui fica o "RETO"
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